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Morador de rua passa em 2º lugar em curso de universidade federal

     "Quero reestruturar a minha vida por meio do estudo e do trabalho, arrumar um emprego e ser feliz", diz Mário.
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Dos bancos das praças de Parnamirim (região metropolitana de Natal) para as carteiras da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Esta será a nova vida do morador em situação de rua Mário Batista da Cruz Júnior, 34, aprovado em segundo lugar no curso de administração da federal potiguar. Ele obteve a nota 443,19 para o curso, ficou em segundo lugar na turma de administração do período noturno, após seleção do Sisu (Sistema de Seleção Unificada).
Cruz obteve a nota geral de 643,06 pontos, porém, para o curso, ele pontuou em 443,19 devido aos pesos diferentes das disciplinas de redação, português e matemática.
Cruz ingressará na vida de estudante universitário na próxima segunda-feira (13), quando começam as aulas do primeiro semestre da UFRN. Com sorriso largo e ainda sem acreditar que vai cursar uma graduação, ele afirma que se submeteu às provas do Enem 2016 (Exame Nacional do Ensino Médio) para obter o certificado do ensino médio e, assim, poder distribuir currículos para concorrer a vagas de emprego.

Divulgação/Secretaria Municipal de Assistência Social de Parnamirim
Comprovante de matrícula de Mário na UFRN

O despertar para o estudo veio depois que a ex-mulher dele engravidou. "Senti a necessidade de dar uma guinada para mudar a situação que estava vivendo".

Cruz queria oferecer uma situação financeira melhor para a mulher e a filha. Com dificuldades financeiras, o calouro fez apenas seis meses do 1º ano do ensino médio, abandonou o curso, mas não desistiu de se submeter às provas do Enem.

"A direção da escola explicou que quem obtivesse mais de 500 pontos na redação e mais de 450 pontos nas outras áreas conseguiria o certificado do ensino médio. Fiz o Enem pensando em obter esse certificado e acabei entrando na universidade", conta o calouro do curso de administração da UFRN.
Cruz conta que estudou sozinho, nas horas vagas, nas praças e na fila do albergue municipal de Parnamirim, e não seguiu um roteiro de estudos para obter a façanha de passar em segundo lugar no curso.

Não estudei matérias específicas, mas li de tudo. Todos os livros que eu pego, eu devoro. Gosto muito de ler. Usava bibliotecas públicas e minibiblioteca instalada numa praça em Parnamirim, além de livros de um 'sebo' [loja de livros usados] que pegava emprestado."

FONTE UOL

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