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Encontro de bibliotecários discute futuro das bibliotecas no país



Representantes de 25 cidades da Região Metropolitana de Sorocaba, além das cidades de Botucatu e Santa Rita da Conceição, participaram, nesta quarta-feira (21), na Biblioteca Municipal “Jorge Guilherme Senger”, do 1º Encontro de Bibliotecas e Bibliotecários, promovido pela Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo e da Secretaria de Relações Institucionais e Metropolitanas.
Avaré foi representada no encontro por Suzy Dainesi.  Fotos: Emerson Ferraz
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O encontro teve como objetivo despertar nos principais atores deste setor o senso crítico diante do cenário iminente de transformações vividas pelas inovações tecnológicas e analisar o comportamento do usuário por conta dessas mudanças.
Um dos principais nomes a debater o futuro das bibliotecas no Brasil foi o professor de Biblioteconomia da USP, Luiz Milanesi, criador do sistema público de bibliotecas do Estado de São Paulo. O encontro também contou com outros dois palestrantes:  o também professor da USP e curador do Prêmio Jabuti,  Luis Armando Bagolin, e a representante da Secretaria de Cultura do Estado, Iliria Pelissari.
O principal foco das discussões nesse encontro foi a modernização das bibliotecas que hoje, em sua grande maioria, ainda mantém seus acervos em livros e periódicos no papel, atendendo somente a uma pequena parcela da população.
O diretor de área da Secretaria de Cultura e Turismo de Sorocaba, Gilberto Antunes,  destacou a importância da discussão de um assunto importante como o futuro das bibliotecas, ressaltando a troca de experiências entre os municípios. “Em se tratando da modernização das bibliotecas, parece consenso entre os estudiosos da área de que esses espaços precisam mesmo ser reinventados, principalmente porque diante do papel que as mídias digitais representam hoje não há como obedecer ao velho manual dos livros e periódicos de papel”, comentou
Isso é o que também defende o ex-diretor da biblioteca Mário de Andrade, na capital, e curador do Prêmio Jabuti, o mais importante prêmio literário do país,  o professor da USP, Luiz Armando Bagolim, que também participou do evento em Sorocaba. Para ele, “as bibliotecas correm hoje um sério risco por não acompanharem esses novos modelos de comunicação”, explica.  O professor arrisca dizer ainda que “se as bibliotecas não acompanharem essa evolução ficarão extintas”,  avalia.
O que se propõe é, justamente, mudar o sistema para que as novas gerações possam se interessar por esses conteúdos por meio das mídias digitais. Essa é a síntese da defesa efetuada pelo professor de Bibioteconomia da USP, Luiz Milanesi.  Entusiasta do sistema digital para as bibliotecas, Milanesi diz que “na atual era não podemos conceber mais a ideia de termos bibliotecas com papéis porque precisamos preparar principalmente os espaços públicos às novas gerações que têm as mídias digitais como ferramentas”,  argumenta o professor que é  autor de oito livros sobre biblioteconomia.
Entusiasta dos arquivos digitais,  o professor Luiz Milanesi diz que “o sistema adotado e ainda usado nas bibliotecas Brasil afora é ultrapassado”,  ressaltando que esse modelo tradicional só vale para as bibliotecas patrimoniais, como a Mário de Andrade, em São Paulo, e a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro  que guardam acervos que se tornaram “patrimônios culturais do país”.
Para o professor da USP, Luiz Milanesi “o sistema de bibliotecas no Brasil está atrasado há vinte anos, desde quando a internet entrou no país. As pessoas estão vivendo na era digital e a formatação das bibliotecas têm que acompanhar essa modernização, até para poder atrair mais leitores”, defende o professor da USP, acrescentando, ainda, que as bibliotecas devem se tornar espaços para ações culturais

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