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MORRE WILL DAMAS


Conhecido em Avaré, Will Damas, que esteve no primeiro Festival Estadual de Teatro de Avaré – Feseste, bem como jurado e patrono do Festival em sua décima edição em 2016 faleceu neste domingo, dia 11, vitima de problemas de saúde que se agravaram.
O ator, pedagogo, diretor, iluminador, dramaturgo, ex-professor e coordenador do Teatro-Escola Macunaíma, Will Damas.  ator tinha  formação em Psicodrama pela Role-Playing , foi preparador da Oficina de Atores de São Paulo, além de coordenador dos professores da Oficina. Fundou o Engenho Teatral e o Grupo Clariô de Teatro. Também era membro da Sociedade Lítero-Dramática Gastão Tojeiro, do Grupo “A Palavra e o Gesto”, da Ing Ong. Idealizador e coordenador do Projeto Viajante Solidário, orientador do Projeto Ademar Guerra. Produziu quatro peças de teatro sozinho e mais de cem espetaculos em grupo.
 Atuou em cinema, teatro, TV e  produziu inúmeras peças. Personagem consagrado no mundo das artes cênicas, Wilson Damas Prodóssimo com certeza deixa sua marca na história da arte dramática brasileira.
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 Um pouco de um bate papo com Will Damas, revela seu amor pelo teatro 
WD - Comecei a atuar no teatro em 1965, eu já fazia televisão e não conhecia o teatro. Foi quando o Canarinho me levou para assistir uma peça infantil, no Teatro Infantil Monteiro Lobato (TIMOL). Após assistir o espetáculo, falei para o Canarinho: “Quero fazer isso aí!”. E ele me disse: “Não é assim, eu quero fazer.” Na época eu era todo metido a besta, pois já era da televisão e me achava o máximo.
Então fui conversar com o diretor, que era o Iaco Miller, disse que gostaria de atuar no teatro, e ele pediu para eu ficar trabalhando com eles durante um ano, e que se eu pegasse o “esquema”, atuaria em uma peça.
Fiquei aproximadamente oito meses acompanhando o trabalho dele, os laboratórios, as montagens das peças. E louquinho pra ser escolhido, mas ele me deixava de lado, me fez operar a luz, som, produção, ir atrás de figurino. Até que fui chamado para subir aos palcos, interpretando o Visconde de Sabugosa, a peça era “O Reino de Narizinho”, ficamos numa longa temporada de três meses.
Foi acontecendo deu começar a faltar muito na Record por conta das apresentações, embora teatro não desse muito dinheiro, essa não era sua preocupação. Por isso, fui me afastando da TV aos poucos. O começo da minha carreira foi bem dividido entre dança e teatro.
Quando dei por mim já estava apaixonado pelo teatro. Eu nunca tinha ido e falava que não gostava, quando assisti, vi aquela coisa e falei: “Caramba precisa de mais do que isso que eu sei para fazer teatro.” Essa dificuldade que me encantou, me instigou, esse retorno imediato do público. Esse corpo a corpo com as pessoas, que me fascinou.
Como enxerga a cultura no Brasil hoje? O governo concede a assistência necessária?
​​​Will-  A maioria dos problemas é culpa da nossa educação, não com o teatro. Quando se tira a aula de filosofia da grade horária nas escolas; E você diz para o “cara” que ele não precisa estudar, pois vai passar de ano, você quer o que? As pessoas deixaram de estudar, de se compreender, e principalmente de almejar conhecimento. Então isso faz com que a inteligência do público fique menor, e a exigência por bons espetáculos também, eles começam a responder a essa menoridade intelectual.
Chegou um período em minha vida que vi amigos meus falando, vamos montar uma comédia, mas para rir, uma que não fale nada. E isso foi evoluindo de tal forma, até começar essas comédias Stand Up, que o “cara” falando nada, contando uma história e que não diz nada. Eu não sou contra isso, mas eu sou contra SÓ ISSO.

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