DICAS DE ESPECIALISTA - Agronegócio - André Tropiano

acesso gratisDESDE 21 DE JULHO DE 2015


ABCZ: Fatos e números dizem tudo

Por Frederico Cunha Mendes

O ingresso de milhares de pessoas na classe média mundial vai gerar forte demanda por alimentos, principalmente nas nações asiáticas. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que até 2024 o consumo mundial de carnes (bovina, suína e frango) crescerá 15%. Só de carne bovina, a perspectiva é a de que os chineses elevem importações, até 2020, em 32%.
O Brasil, que já responde por um 7,7 % do comércio agropecuário mundial e chegará a 10% em 2018, assumirá papel determinante na garantia da segurança alimentar mundial. Além disso, o país costura negociações para exportar carne in natura para os EUA e Japão. Abatemos apenas 20% do rebanho, contra 40% dos EUA e 30% da Austrália
E este último país, por exemplo, tem aumentado em 0,9%, ao ano, o peso das carcaças bovinas desde 1980 e os Estados Unidos 0,8%, enquanto o Brasil apenas 0,4%. Ou seja, temos grande espaço para melhorar genética, nutrição e manejo do gado. Soma-se ainda o fato de termos de melhorar substancialmente nossa representatividade política, para confirmar definitivamente o protagonismo brasileiro.
Daí a importância do momento crucial vivido pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), que tem a oportunidade de manterá viva uma série de projetos que trabalha todos os pontos desafios já citados. No que diz respeito à genética, o Programa de Melhoramento Genético dos  Zebuínos (PMGZ), que já soma mais 12 milhões de animais avaliados e 1,1 milhão de matrizes cadastradas no banco de dados, provocou mudança s radicais na filosofia de atendimento da entidade.
As modificações também permitiram maior envolvimento dos técnicos de registro e de comunicações na avaliação das tendências genéticas dos plantéis, subsidiando os criadores nos acasalamentos. A novidade ajudou a estreitar a distância entre a entidade e os mais de 22 mil associados espalhados pelo País, que, futuramente, ainda desfrutarão de novos serviços, sem custos adicionais.
Um dos meus planos para o PMGZ é a que a Genômica seja incorporada no programa. A inserção da tecnologia de DNA geraria grande impacto, inclusive econômico, especialmente quanto à possibilidade do uso de touros jovens no teste de progênie, elevando-se a acurácia das DEPs de 34% para mais de 70%.  Em meu plano de trabalho pretendo ainda potencializar o atendimento do PMGZ, capacitando os 105 técnicos espalhados por todo o território nacional para que ofereçam consultoria total aos associados, baseado em um verdadeiro “upgrade” no Produz.
Outra ação direta na ampliação dos serv iços da ABCZ está na realização da ExpoZebu Dinâmica, onde, neste ano, a genética zebuína ganhou espaço especial. Os criadores participantes do 100% PMGZ têm espaço reservado para expor animais, assim como os criadores de raças leiteiras participam do 4º Concurso Leiteiro Natural. O gado permanecerá em uma área de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), privilegiando o bem-estar animal, com sombra e temperatura adequadas.
São esses os avanços que fazem da ABCZ mais do que uma entidade cartorial. Fora da porteira, a associação é a entidade mais atuante e representativa do setor, defendendo os interesses da pecuária nacional por meio de assentos na Câmara Setorial da Carne Bovina, Comissão Permanente da Pecuária de Corte da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária e Instituto Pensar Agro. E dentro da porteira, buscamos oferecer aos associados uma visão macro de suas propriedades, identificando pontos críticos e aplicando soluções.
Todo esse reconhecimento construído na úl tima década foi preservado e implementado em nosso plano de trabalho.

* Frederico Cunham Mendes é diretor e candidato à presidência da ABCZ

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História do desmatamento no Brasil 
 O desmatamento, também chamado de desflorestamento, nas florestas brasileiras começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano de 1500. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os portugueses iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro carregadas de toras de pau-brasil para serem vendidas no mercado europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usada para tingir tecidos.

Desmatamento na Amazônia e na Mata Atlântica
 Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Um relatório divulgado pela WWF (ONG dedicada ao meio ambiente ) no ano de 2010, apontou que o desmatamento na Amazônia já atinge 13% da cobertura original. Uma pesquisa da revista Science (publicada em julho de 2012) alerta que até 2050, poderá ocorrer a extinção de cerca de 80% das espécies animais (anfíbios, mamíferos e aves) em áreas que sofreram desmatamento. 

O caso da Mata Atlântica é ainda mais trágico, pois apenas 9% da mata sobrevivem a cobertura original de 1500. Várias espécies animais e vegetais já foram extintas nestes últimos séculos em função do desmatamento na Mata Atlântica.

Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do país. Além da derrubada predatória para fins econômicos, outras formas de atuação do ser humano tem provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido também nas chamadas frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas para a agricultura, muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvores para o plantio.
 Urbanização e desmatamento 
 O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas verdes. O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam áreas amplas nas cidades e arredores. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios residenciais e polos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas. 

Queimadas e incêndios 
Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e incêndios florestais. Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar as áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios por pura irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros afirmam que muitos incêndios tem como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias.

 No mundo 
 Este problema não é exclusivo do nosso país. No mundo inteiro o desmatamento ocorreu e ainda está ocorrendo. Nos países em desenvolvimento, principalmente asiáticos como a China, quase toda a cobertura vegetal foi explorada. Estados Unidos e Rússia também destruíram suas florestas com o passar do tempo.

As ações contra o desmatamento 
 Embora todos estes problemas ambientais estejam ainda ocorrendo, verifica-se uma diminuição significativa em comparação ao passado. A consciência ambiental das pessoas está alertando para a necessidade de uma preservação ambiental. Governos de diversos países e ONGs de meio ambiente tem atuado no sentido de criar legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater o crime ecológico. As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o bom funcionamento climático. Espera-se que, no início deste novo século, o homem tome consciência destes problemas e comece a perceber que antes do dinheiro está a vida de nosso planeta e o futuro das gerações futuras. Nossos filhos têm o direito de viverem num mundo melhor.

Vale lembrar:
 - O desmatamento numa determinada região pode provocar o processo de desertificação (formação de desertos e regiões áridas). Este processo vem ocorrendo no sertão nordestino e no cerrado de Tocantins nas últimas décadas. 

Você sabia?

- O bioma brasileiro que mais sofre com o desmatamento na atualidade é a Mata Atlântica. Somente entre os anos de 2013 e 2014, 235 km² da Mata Atlântica foi desmatada, segundo um estudo do Inpe e ONG S.O.S Mata Atlântica.

TEORIA DA TROFOBIOSE


A Teoria da Trofobiose, também conhecida como teoria da planta equilibrada, nos diz que uma planta cultivada só será atacada por um inseto, ácaro, fungo ou bactéria, quando ela tiver na sua seiva exatamente o alimento que eles precisam. 
Segundo esta teoria, o estado nutricional da planta é que parece determinar a resistência ou susceptibilidade da mesma ao ataque de pragas e patógenos. Uma carência nutricional resultante de um desequilíbrio na quantidade de macro e micronutrientes pode provocar mudanças no metabolismo da planta fazendo com que predomine o estado de proteólise nos tecidos, no qual os parasitas encontram as substâncias solúveis necessárias para a sua nutrição. Por outro lado, quando existe um equilíbrio nutricional na planta, um ou mais elementos agem de forma benéfica no metabolismo, estimulando a proteossíntese, resultando num baixo teor de substâncias solúveis nutricionais, não correspondendo às exigências tróficas do parasita, ficando as plantas desta forma menos atrativas ao ataque de insetos e microrganismos patogênicos.
Outro ponto a ser destacado na teoria da trofobiose é a existência de períodos críticos no ciclo da planta, ou seja, períodos em que a proteólise predomina sobre a proteossíntese tornando-a mais sensível a ácaros, pulgões ou fungos patogênicos. Este período crítico pode ser caracterizado, por exemplo, pela formação da inflorescência, quando as folhas perdem o poder de síntese, havendo até uma certa decomposição de suas próprias proteínas. Outros estágios do ciclo da planta, que não a floração, também podem ser sensíveis a certas carências nutricionais, tornando-a suscetível.
Os adubos orgânicos fornecem todos os macro e micro nutrientes que as plantas necessitam, em doses proporcionais, sem excessos ou deficiências. 
A matéria orgânica modifica a mobilidade do Ca, Mg, N, Mn, B e hidrogênio, com efeito contrário no zinco, refletindo na disponibilidade às plantas. Além de fornecer N, S, P, Mg e K, melhora a capacidade de retenção de água, a microflora e estabiliza a estrutura dos solos. Além dos nutrientes, a adubação orgânica libera ácidos húmicos, os quais estimulam a capacidade de absorção do fósforo. Esses fatores estariam ligados a melhoria do estado de proteossíntese das plantas e conseqüentemente na melhoria da tolerância às pragas e doenças. 
A ocorrência de pragas e doenças em uma cultura parece estar mesmo relacionada com o desequilíbrio nutricional da planta hospedeira. É importante ressaltar que nenhum nutriente por si só controla todas as doenças em todas as culturas, sendo que a natureza dos elementos, exerce influência sobre a resistência das plantas. O balanceamento dos nutrientes é importante, mas ainda não está clara a razão das proporções ideais entre os diversos macro e micro nutrientes que podem ser utilizados nas diversas culturas. 
Os princípios gerais atuais utilizados para interpretar as relações patógenos/hospedeiros consideram que as respostas das plantas em favor de sua defesa estão correlacionadas com a formação de barreiras mecânicas (espessamento de paredes celulares, lignificação de tecidos, abscisão, etc.) e químicas (síntese de compostos tóxicos aos patógenos), cuja resposta é de natureza genética e dependente também do estado nutricional do hospedeiro, ao invés do estado de proteossíntese.


AGRICULTURA ORGÂNICA

Com os avanços tecnológicos que aconteceram na agricultura nos últimos anos, como a utilização de fertilizantes, agrotóxicos, o desenvolvimento das sementes, alimentos transgênicos e a mecanização dos processos agrícolas, muitos problemas de ordem social e ambiental surgiram, como a redução de mão de obra no campo, o esgotamento do solo e a poluição hídrica.
Esses problemas ambientais fizeram com que as pessoas buscassem um modelo agrícola que reduzisse estes impactos, como a prática da agricultura orgânica, que possui técnicas específicas, com alguns objetivos como: a sustentabilidade econômica e ecológica; a proteção do meio ambiente; o aumento de benefícios sociais; a diminuição da dependência de energia não renovável, empregando métodos culturais, biológicos e mecânicos, em oposição à utilização de materiais sintéticos; 
Em 2014 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou os dados da agricultura orgânica no Brasil, onde consta a produção por estado, área de produção e extrativismo e unidades controladas. Hoje temos o mínimo de 11,5 mil unidades de produção controladas ligadas ao sistema de agricultura orgânica, que incluem propriedades rurais e estabelecimentos de processamento orgânicos. A área total do país com certificação orgânica é representada por 1,5 milhão de hectares.
Na agricultura orgânica não é permitido o uso de substâncias que coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente. Não são utilizados fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e transgênicos. O Brasil, em função de possuir diferentes tipos de solo e clima, uma biodiversidade incrível aliada a uma grande diversidade cultural, é sem dúvida um dos países com maior potencial para o crescimento da produção orgânica.
Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um ambiente de produção orgânica, onde se utiliza como base do processo produtivo os princípios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais.
André Nicolau Tropiano Almeida
Engenheiro Agrícola - CREA/SP 5069402675
Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP
014-37321492 / 014-981118099(TIM) / 014-998786056(VIVO)