Ricardo de Moura Faria, autor de “O AMOR NOS TEMPOS DO AI-5”, estará na Bienal do Livro de São Paulo
Jorrava sangue nas ruas do Brasil naqueles tempos da ditadura militar entre os anos 60 e 70, de total repressão. O Ato Institucional nº 5 privou o País de liberdade e a censura calou a Imprensa, o teatro, a música, qualquer demonstração de inteligência.
Mas não impediu a liberdade de amar. No auge da violência, os quatro principais personagens desse livro se entrelaçam, sem nenhuma ponta de ciúme ou preconceito.
O escritor Ricardo de Moura Faria propõe uma profunda reflexão em sua obra: a pureza do amor em confronto com a estupidez da extrema violência - não importa se de esquerda ou de direita.
O autor O autor vai autografar seu livro na 24ª Bienal de São Paulo no dia 4 de setembro, às 15 horas, no estande da Editora Novo Século, responsável pelo selo Talentos da Literatura Brasileira.
E também vai estar de 31 de agosto a 4 de setembro no estande da Angels Publishing, editora canadense que deve publicar o segundo volume desta obra, que pinta com erotismo o retrato de um período negro da história do Brasil e do mundo.
Título: O amor nos tempos do AI-5
Autor: Ricardo de Moura Faria
Editora: Novo Século, pelo selo Talentos da Literatura Brasileira
Páginas: 544 (Romance)
Vendas: livrarias, Amazon e redes sociais (facebook.com.br/paginadoricardofaria)
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O AROMA PURO DA LIBERDADE
por LUCIANO ORNELAS
O Amor nos Tempos do AI-5 é intenso, sem preconceitos, isento de qualquer forma de ciúme. Uma entrega total de quatro personagens – um casal, cada um com seu amante. Eles entrelaçam seus costumes e seus desejos, sem meias palavras, insinuações ou mentiras, pois o que se busca é o prazer total – e quanto mais, melhor.
O autor presenteou a REDE GUMA um exemplar |
A cama é figura obrigatória em quase todas as 544 páginas do livro; ao longo da narrativa o erotismo praticamente encobre a barbárie daqueles anos de chumbo no Brasil, as bombas e as jogadas diplomáticas da Guerra Fria entre o Ocidente e o Oriente. E humilhações históricas, como a derrota norte-americana no Vietnã.
O leitor vai se libertar de todo o preconceito imposto ao comportamento conjugal pelos padrões comuns da sociedade - a mulher cuida da casa e dos filhos e os homens vão além, exibindo amantes aos amigos como se fora um troféu, embora se apresentem ao mundo como cidadãos acima de qualquer suspeita em matéria de ética e de moral.
Essa mesma sociedade sabe bem da vileza que se passa por baixo do pano e mantém a hipocrisia como disfarce de suas profundas cicatrizes – afinal, é mais importante manter a aparência do que expor sua face horrível. São assim os seres humanos, da inocência da infância às deformações provocadas pelo tempo.
O casal central da história rompe com esses preconceitos e goza a vida, literalmente, embora os dois continuem apaixonados, amando os filhos e sua vida familiar de classe média na Belo Horizonte dos anos 60 e 70. Usufruem a inteira liberdade, sem que esta macule a liberdade dos outros, como é de direito.
Ricardo de Moura Faria, professor como os seus personagens, exibe uma técnica só encontrada nos bons escritores: de repente, surgem fatos e personagens até então desconhecidos. E ele os desvenda aos poucos, com suspense, mantendo o interesse pela leitura.
Enfim, o escritor propõe uma profunda reflexão em sua obra: a pureza do amor em confronto com a estupidez da extrema violência - não importa se de esquerda ou de direita naqueles tempos do AI-5 da ditadura militar no Brasil. Pois assim é nosso mundo, vasto mundo, como diria Drummond.
* Luciano Ornelas é jornalista, ex-Editor-Chefe de O Estado de S. Paulo.