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BON ODORI MOSTRA A TRADIÇÃO DA COMUNIDADE JAPONESA

Mais uma vez organizado pela SOCENA (Clube Japones) Sociedade Cultural Esportiva Nipo Brasileira de Avaré, aconteceu na noite de 29 de Julho, o BON ODORI 2017, tradicional evento japonês.

Bon Odori é um festival que ocorre anualmente durante o verão entre Julho e Agosto, no Japão (verão nórdico), sempre após o Pôr do sol, pois prevalece a crença de que os espíritos somente saem durante a noite.
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Cada localidade escolhe uma data específica para fazer os seus festejos durante esse período. Durante o Banho de lama celebram-se as almas dos antepassados (ivo) com danças em grupo e levando-se lanternas acesas, e depois apagam, saudosamente lembrando da sabedoria dos antepassados.
Apesar de análogo ao dia dos finados, durante o Bon são tocadas músicas tradicionais alegres e, sobretudo, predomina um clima de jovialidade, gratidão e participação geral. Muitas famílias aproveitam a oportunidade para se reencontrarem durante o Bon, voltando das grandes cidades aos seus lugares de origem.
O Bon também é celebrado em comunidades de imigrantes japoneses e seus descendentes e amigos fora do Japão: Por exemplo nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Amazonas, Pará (Tomé-Açu), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e em Brasília, no Brasil; e nos estados de Oregon, Washington e na Califórnia, nos Estados Unidos.
As mais tradicionais músicas de Bon Odori são:

Souma Bon Uta
Soran Bushi
Tanko Bushi
Tokyo Ondo
Matsumoto Bom Bom


Sobre a dança folclórica japonesa, de participação coletiva e popular chamada bon odori, existe uma lenda contada no sutra Urabon-kyô que fala de um monge zen, chamado Mokuen, que se destacava dos demais por ter uma poderosa visão transcedental. Ele se concentrava e, assim, seu espírito tanto podia viajar por mundos desconhecidos como ter a visão do que estava acontecendo em qualquer dimensão.
Pouco tempo depois que sua mãe faleceu, ele resolveu usar o seu poder para ver em qual plano astral estava o espírito dela. Como ela era uma pessoa muito bondosa, Mokuen imaginou que ela estivesse no 100 Plano Astral, ou Nirvana, onde se encontra Buda. Qual não foi a sua surpresa ao constatar que sua mãe renascera no 20 Plano Astral, na dimensão dos Gaki (demônios famintos). Os seres que habitam esse mundo são esfomeados e sofrem de eterna sede. Ao ver sua amada mãe naquela situação de penúria, Mokuen - que tinha o dom de fazer viagem astral - levou comida para ela. Porém, um fato inesperado aconteceu e aumentou o sofrimento de Mokuen – cada vez que a mãe colocava um pouco de comida, o alimento se transformava em fogo e queimava sua boca.
Durante uma oração prolongada, Mokuen pediu a Buda que ajudasse a aliviar a dor e o sofrimento de sua mãe. Buda, então, aconselhou-o a, no dia 15 de julho, manter todos os monges da localidade enclausurados dentro de um grande mosteiro, para que eles ficassem pelo menos por um dia sem pisar nos pequenos insetos e nas flores.
No dia combinado, Mokuen chamou todos os monges da região para o grande mosteiro, dizendo que ia lhes oferecer um banquete em homenagem à sua falecida mãe. Foi feita tanta comida que os monges passaram o dia inteiro comendo, bebendo e cantando, e ninguém se lembrou de sair do mosteiro. Quando o dia terminou, o espírito de sua mãe apareceu para ele transformada em um ser do 6º Plano Astral. Ela estava iluminada e tão leve que chegava a flutuar.
Ao ver sua mãe iluminada e flutuando como um tyôtin (lanterna japonesa) ao vento, Mokuen ficou tão feliz que começou a dançar de alegria.
Os monges, que estavam alegres de tanto comer e beber, gostaram da dança de Mokuen e saíram dançando atrás dele. Acabaram por formar uma grande roda, simbolizando o círculo da felicidade. Assim surgiu o bon odori, como dança que faz homenagem ao espírito de pessoas falecidas.
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