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ARTIGO ESPECIAL "Dez expressões racistas para não falar nunca mais"

  • Dia 20 de Novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra no Brasil. A data foi escolhida por conta da morte de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista.


O Dia da Consciência Negra é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre o racismo que essa população enfrenta. Ao longo da história, algumas expressões e palavras foram criadas em cima de situações vividas por negros, principalmente na época escravocrata, e que são utilizadas até hoje.

Para pensarmos em uma sociedade mais igualitária, sem racismo e preconceito, precisamos urgentemente desconstruir esse discurso e parar de utilizar expressões que aparentemente não parecem ofensivas.

Confira 10 palavras e expressões que precisamos parar de falar agora:

Mulata

A palavra se refere à mula, um animal originado do cruzamento de burro com égua. Na época da escravidão, muitas escravas eram abusadas pelos patrões e acabavam engravidando. Os filhos eram chamados de mulatos por serem o resultado do cruzamento de um homem branco com uma mulher negra. Hoje, as pessoas utilizam esse termo para se referir às pessoas pardas, mas a palavra deve ser imediatamente retirada do vocabulário.

Denegrir

Sempre que alguém utiliza essa palavra é para dizer que está sendo difamado ou injustiçado por outra pessoa. Mas segundo o dicionário Aurélio, a definição de “denegrir” é “tornar negro, escurecer”. Então, utilizar a palavra denegrir de forma pejorativa é extremamente racista.

Lista negra

Essa expressão é sempre utilizada de forma negativa. Uma pessoa estar em uma “lista negra” significa que ela está sendo perseguida ou que não poderá mais adentrar em certos ambientes. A palavra negra é colocado nessa afirmação de uma forma pejorativa e, mais uma vez, racista.

Mercado negro

Mercado negro segue a mesma ideia da lista negra. A palavra “negro” é utilizada de forma pejorativa para se referir a algo proibido, ilegal, perigoso e ruim.

‘Não sou tuas negas’

Essa é uma expressão extremamente racista. Na época da escravidão, eram recorrentes estupros, assédios e agressões contra as mulheres negras. Já com as mulheres brancas o tratamento não era o mesmo. A frase se remete a essas mulheres, escravas, que no imaginário popular tudo podia se fazer.

Da cor do pecado

Essa expressão geralmente é utilizada como forma de elogio. Existe até música sobre a história de amor com um homem da cor do pecado. Mas essa expressão está longe de ser um elogio. Antigamente, ser negro era considerado pecado. Os poderosos da época junto com integrantes da Igreja Católica justificavam a escravidão como um castigo divino. Então, dizer que alguém é “da cor do pecado” é associado a algo negativo.

Criado-mudo

O nome do móvel que geralmente é colocado na cabeceira da cama vem de um dos papéis desempenhados pela escravos dentro da casa dos senhores brancos: o de segurar as coisas para seus “donos”. Como o empregado não poderia fazer barulho para atrapalhar os moradores, ele era considerado mudo. Logo essa expressão se refere a esses criados.

Doméstica

Domésticas eram as mulheres negras que trabalhavam dentro da casa das famílias brancas e eram consideradas domesticadas. Isso porque os negros eram vistos como animais e por isso precisavam ser domesticados através da tortura.

Inveja branca

Na contramão de todas as expressões e palavras anteriores, “inveja branca” significa uma inveja que não faz mal, que é do bem. Ou seja, associando à cor branca a coisa é boa, legal e não machuca.

Amanhã é dia de branco

E para encerrar, essa expressão que é a mais esdrúxula de todas. Dia de branco é utilizado para se referir a dia de trabalho, responsabilidade e compromissos. Como se só gente branca trabalhasse duro. Isso porque antigamente o trabalho dos escravos não era considerado trabalho e essa ideia perpetua até hoje.

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