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EDUARDO TEIXEIRA

JORNAL DO GUMA "ARTIGO ESPECIAL"

Filho de imigrantes portugueses, nasceu em 04 de março de 1933, em Campinas-SP. Aos 12 anos ficou órfão de mãe, em companhia de 6 irmãos. Em razão de tal fato, foram morar com um tio paterno, chacareiro em Campinas.

Como era natural e muito salutar, naquela época as crianças dentro de seus limites, cumpriam tarefas dentro de casa ou em outros afazeres. Com o Eduardo não foi diferente, pois desde muito jovem assumiu responsabilidades, muitas vezes além de sua idade.

E assim, como aço precisa de fogo e da bigorna para ser moldado e temperado, o Eduardo também foi moldado pelo trabalho e temperado pelos princípios éticos e morais herdados de seus familiares.

Em 1950, seu pai casado outra vez e enfim reuniu seus filhos novamente. Em 1952, ele deixou seu trabalho em Campinas e foi juntar-se aos seus irmãos em Piratininga-SP, onde começaram a trabalhar com pedras portuguesas, sob a liderança de seu pai. Neste ofício tornou-se um mestre e executou grandes trabalhos em diversas cidades. E em 1954 chegou em Avaré, a convite do Padre Celso e do Carneiro para fazer a calçada em frente ao SEDES SAPIENTIE.

Quando o Professor Fausto Mazzola deu início aos seus serviços artísticos, um dos ícones as praças, das quais ele apresentava os croquis ao Eduardo para que usando aquelas pedrinhas portuguesas, das quais era mestre e desse luz aos seus trabalhos.

Eduardo com sua família produziram o mosaico da Matriz, da Concha Acústica, do Largo São João, das Praças São Benedito e Santa Cruz, da Capela da Boa Morte e tantas outras que hoje fazem parte do patrimônio artístico e cultural de Avaré e que são tombadas pelo CONDEPHAC.

Na década de 1970 implantou no bairro Jardim Europa as estruturas de guias e sarjetas e posteriormente nos bairros; Jardim Bela Vista, Brabância, Altos da Boa Vista e outros. Com seu talento produziu e assentou mais de 200.000 metros de lajotas em diversas ruas de Avaré.

A pedido do Padre Paulo e a Sra. Lúcia, esposa de Carlos Tavares, consegui um espaço para dar início da catequese no bairro Vera Cruz. E, este foi o embrião que motivou Padre Paulo a construir uma capela naquele bairro. Amadurecida a ideia, era preciso encontrar alguém capaz de gerir com responsabilidade este empreendimento, e esta pessoa foi Eduardo Teixeira, meu amigo e encontrista. Imediatamente, Eduardo pôs mãos à obra, conseguindo a doação do terreno. De posse do mesmo, fez a limpeza e construiu um cômodo para abrigar a cozinha e a dispensa e com esta obra pronta convidou alguns encontristas e moradores do bairro para participarem dos trabalhos da futura Capela. Com a colaboração desses abnegados, todos os finais de semanas eram promovidos desde bingos a leilões de prendas, até assados, salgadinhos e bebidas. Como a frequência foi aumentando, Eduardo conseguiu toras de eucaliptos e com seus colaboradores construiu um barracão, o qual deu mais conforto e segurança aos frequentadores. Neste barraco foram celebradas as primeiras Missas do bairro Vera Cruz. Com a repercussão desse trabalho, ele percebeu que aquela área seria insuficiente para abrigar a Capela, e mais uma vez conseguiu ampliar o terreno. Com o engajamento da população do bairro e dos bons frutos deste trabalho, a ideia de uma Capela foi trocada pela de uma Igreja, e assim foi planejada e construída, Igreja São José. Se hoje temos um belo e moderno templo, com a melhor infraestrutura da cidade, com uma praça acolhedora, obra essa que é orgulho do bairro Vera Cruz, deve-se tudo àquele que a visionou, que acreditou ser possível e que trabalhou incansavelmente para que se tornasse realidade e viesse servir seus fiéis. Desde o primeiro passo até a entrega definitiva desse trabalho, o Eduardo foi o regente, o solista e muitas vezes até mesmo interpretava a aria.

Por isso, é que tenho a maior satisfação em prestar minha singela homenagem, um tributo a este grande cidadão, meu amigo EDUARDO TEIXEIRA. Ele já deixa muitas saudades em todos os que o conheceram e tiveram o privilégio, cada um de nós em diferentes fases da sua vida, em caminhar com ele um pequeno trecho de sua jornada.

J.Barreto

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