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PÁGINA DE DOMINGO "Após seis anos de luta contra o câncer, jornalista se despede": ‘Meu corpo não consegue continuar'

JORNAL DO GUMA 
Do Estadão

Deborah James, 40 anos, é uma jornalista do The Sun e da BBC no Reino Unido, que há seis anos compartilha sua rotina após descobrir um câncer terminal. Na noite desta segunda-feira, 9, ela decidiu escrever uma despedida nas redes sociais para todos que acompanharam sua trajetória e a ouviram falar sobre o cotidiano de pessoas com câncer no podcast You, Me and the Big C (Você, Eu e o Grande C).




Segundo Deborah, ela nunca imaginou que um dia escreveria uma despedida para essas pessoas, mas o seu corpo não consegue mais conviver com a doença. Ela descobriu o câncer no intestino em 2016 e desde então compartilha sua rotina no Instagram.

“A mensagem que eu nunca quis escrever. Tentamos de tudo, mas meu corpo simplesmente não está jogando a bola. Meus cuidados ativos foram interrompidos e agora estou em casa, tendo a minha incrível família ao meu redor e o foco é não sentir dor, durante o tempo que passo com eles”, contou.



Durante os seis anos em que conviveu com a doença, ela falou sobre os seus sonhos, o que precisava viver: a ida dos filhos para o ensino médio, o Natal, que era uma festa muito amada pela apresentadora, e chegar aos 40 anos. Deborah ainda falou que é triste que outros sonhos tenham de ser deixados de lado agora.

“Ninguém sabe quanto tempo me resta, mas não consigo andar, estou dormindo a maior parte dos dias, e a maioria das coisas que eu dava como certas são sonhos. Mesmo com todos os medicamentos inovadores contra o câncer do mundo ou algum novo avanço mágico, meu corpo simplesmente não consegue mais continuar”, disse a jornalista.

“Em mais de 5 anos escrevendo sobre como eu pensei que seria meu último Natal, como eu não viveria meu aniversário de 40 anos nem veria meus filhos irem para o ensino médio — eu nunca imaginei escrever sobre o dia em que eu realmente diria adeus.”


“Acho que vive uma esperança rebelde em mim”, contou Deborah, que apesar da esperança, relatou que os últimos seis meses foram muito difíceis e que estar cercada pelo amor da família é o que a faz querer permanecer nesta vida.

Para ajudar pessoas como ela, que sofrem de câncer no intestino, Deborah criou o Fund Bowelbabe (Fundo bebê do intestino), com o intuito de financiar pesquisas para o desenvolvimento de tratamentos para esse câncer em específico, que não é nada gentil. É uma forma de utilizar esse engajamento que ela reuniu durante os últimos anos para ajudar outras pessoas que estão enfrentando a mesma doença.

“Neste momento, para mim, tenho de viver um dia de cada vez, passo a passo, e ser grata por outro nascer do sol. Minha família inteira está ao meu redor e vamos dançar juntos, tomando sol e rindo (eu vou chorar!) em todos os momentos possíveis!”, se despediu.
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