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MULHER DE COR NÃO ENTRA NO HOTEL!

  • Essa foi a notícia do Jornal “Correio Paulistano” em 1950.

Por Juliano Amaral


Nos tempos mais remotos do Brasil, onde as diferenças raciais eram ainda mais perturbadoras que atualidade, uma bailarina americana, Katherine Dunham, estava em turnê no Brasil.

Era uma estrela da dança, mas era negra!.

Em uma terça feira à noite, a artista estreara no Teatro Municipal de São Paulo, e entre um ato e outro do espetáculo, ela denunciou o caso sofrido.


A artista relatou que o gerente do Esplanada, hotel 5 estrelas que era vizinho do teatro, dissera que ela não se hospedaria devido fato de ser “MULHER DE COR” – Pânico e tensão!

Claro que o fato causou um rebuliço no país, pois, à época, o mito da Democracia Racial já estava mais que difundido (aquele que ainda vivemos, quando nos dizem que no Brasil não tem Racismo) e o “odioso procedimento de discriminação” foi conhecido em todo o mundo.

Dentre aqueles que se indignaram com o caso foi o Deputado Federal AFONSO ARINOS (UDN-MG) que na semana seguinte propôs na Câmara dos Deputados um projeto de lei, transformando o preconceito racial como prática de contravenção penal.

Pelo projeto, quem discriminasse alguém por motivos raciais seria multado ou, ainda, cumprir até um ano de prisão.

E pasmem, o projeto de lei passou!!!! Sem polêmicas ou debates calorosos!

E após um ano, no dia 3 de julho de 1951, o texto foi aprovado, foi assinado por Getúlio Vargas e passamos a ter a Lei Afonso Arinos.

E mais, Afonso Arinos era um político conservador, e jamais imaginava-se que o mesmo propusesse a entrada em uma lei com tal contexto.

Não se iludam, Afonso Arinos viu ali a possibilidade de angariar eleitores, pois o Brasil teria o pleito dentro de 3 meses (quanta coincidência!)

Mas pensa que é só isso?

Não não... nos próximos artigos falaremos mais desse político que “mudou” a história do racismo no Brasil.. Acompanhem!

Juliano Amaral

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