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Maria gasolina: campanha redefine termo pejorativo para homenagear mulheres que manjam de carros

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Do Hypennes


Maria Athênice Gonçalves de Alencar, a primeira mulher dona de um posto de gasolina no Brasil - Foto Vitor Paiva 

Se, no passado, o termo “Maria Gasolina” era utilizado com conotação machista e sexista, atualmente a expressão vem sendo ressignificada, para um sentido positivo e afirmativo, representando mulheres que gostam e entendem de carros e motos – e essa mudança foi uma das inspirações para a campanha dos Postos Ipiranga em celebração pelo Mês da Mulher. A campanha, compartilhada nas redes sociais da empresa, noticia e celebra essas mulheres apaixonadas por automóveis diversos e dedicadas a esse universo, apontando para o fato de até a Wikipédia já apresentar esse novo significado para o termo antes negativo, e homenageando Maria Athênice Gonçalves de Alencar, a primeira mulher dona de um posto de gasolina no Brasil.

© Vitor Paiva O Ipiranga trouxe o termo na Wikipédia como motivo da campanhas nas redes sociais

O Ipiranga trouxe o termo na Wikipédia como motivo da campanhas nas redes sociais


Conforme mostra um post da campanha, iniciada no 8 de março do Dia Internacional da Mulher, mas seguida ao longo de todo o mês, segundo a Wikipédia, “Maria Gasolina” é um temor popular do Brasil, “usado para descrever uma mulher que entende muito sobre automobilismo”. Os exemplos usados no verbete para ilustrar tal sentido lembram as engenheiras, pilotas, caminhoneiras, frentistas e motoristas.“A partir de agora, vamos usar o termo Maria Gasolina para falar sobre mulheres incríveis que gostam e entendem tudo sobre carros, caminhões, motos….”, diz a legenda da campanha em postagem do Ipiranga.

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Maria Athênice Gonçalves de Alencar, a primeira mulher dona de um posto de gasolina no Brasil - Foto Vitor Paiva 



A grande homenageada da campanha, porém, que personifica essa mudança de sentido do termo como inspiração para o posicionamento da marca em favor da afirmação feminina e pela derrubada dos preconceitos, é a dona Maria Athênice, que em 1970 assumiu o Posto Santo Afonso, em Campo Grande, cidade no Mato Grosso do Sul, para se tornar a primeira mulher no Brasil a ser dona de um posto. Além de gerenciar propriamente o negócio, consta que Dona Maria Athênice, que vinha da experiência de administrar um hotel familiar, trouxe zelo, dedicação e capricho para tornar o empreendimento em um grande sucesso por décadas.

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Além de ser o primeiro posto da região a uniformizar os funcionários, ela pessoalmente fazia questão de recolher os uniformes e lavá-los, para que os atendentes estivesse impecáveis todos os dias – e, se fosse preciso, ela também atendia diretamente na bomba os clientes no local, enquanto criava seus sete filhos em um longevo casamento. “Foi o enfrentamento de algo que ela nunca tinha imaginado fazer, mas ela fez: com mérito, com elegância, com carinho”, diz Therezinha de Alencar Selem, filha de Dona Maria Athênice, em vídeo comemorativo lançado pelo Ipiranga para a campanha. “Ela tinha um perfil forte de liderança, e essa liderança a ajudou a ter bastante sucesso nas equipes que ela trabalhou”, diz, orgulhosa, a filha da primeira mulher dona de um posto de gasolina no Brasil.
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A campanha no Instagram convidou as "Marias Gasolinas" a se marcarem ressignificando o termo


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