Vamos para o terceiro mês do ano
e a principal promessa para 2022 ainda é um desafio para muita gente: cumprir
as metas e abandonar (de vez) a procrastinação.
Para entender, e acabar, com a
procrastinação é preciso entender por que procrastinamos.
A neurocientista do Método SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci destaca que procrastinar é sempre adiar coisas importantes, sem ter um motivo real e mesmo sabendo das consequências que isso trará, a procrastinação acaba acontecendo.
“No cérebro, a procrastinação é uma decisão consciente e intencional. Nosso cérebro sempre prefere as recompensas imediatas ao invés de esperar. Quanto mais distante o benefício da tarefa e o nível de dificuldade percebida, maior a tendência de procrastinar e mais difícil será resistir à decisão quase automática de fazer depois”, alertou.
Os procrastinadores crônicos geralmente são pessoas que dependem muito de sentir vontade de fazer o que precisa ser feito.
Aprender que
você não vai se sentir empolgado todos os dias e dar menos importância a isso é
o primeiro passo para diminuir a procrastinação - você não precisa estar com
vontade para fazer o que precisa ser feito e é aí que entra o poder da
disciplina!
Ainda segundo
a especialista, procrastinar é uma decisão momentânea de adiar o que o cérebro
está entendendo que será uma “dor”. Já a pausa é necessária para que o cérebro
retome a capacidade de pensar e tomar decisões depois de tarefas exigentes. Não
adianta insistir em coisas difíceis com a mente cansada, é fisiologicamente
impossível. “Aqui vale destacar que o cansaço vem após o uso intenso das suas
redes neurais (lendo ou resolvendo um problema), e não depois de passar 3 horas
vendo vídeos de gatinhos! Se você diz que está cansado mentalmente após ficar
muito tempo distraído, na verdade está só dando desculpas procrastinadoras e
aumentando seu nível de ansiedade - tome as rédeas das suas decisões”, alertou.
Procrastinador,
eu?
Um dos
motivos para adiar algo pode ser o medo do tamanho da tarefa. Quando julgamos
que algo é complexo e difícil, acionamos o comportamento de defesa para evitar
aquilo. A melhor estratégia nesse caso é dividir essa tarefa grande em partes
menores e bem objetivas. Ao fragmentar a tarefa, coloque em uma lista e já comece
pela mais simples agora.
Dar “check”
na primeira já aumentará a autoconfiança que você conseguirá conclui-la! Outra
dica muito útil é usar uma agenda para priorizar o que deve ser concluído em
cada dia, colocando aquelas coisas mais “desconfortáveis” no começo do dia.
Todo mundo
procrastina, mas nem todo mundo é um procrastinador. Procrastinadores costumam cair
6 tipos de pensamentos, confira se você tem algum deles:
- · “Ninguém manda em mim” (este pensamento tem a ver com uma visão infantilizada de que se pode fazer o que quer);
- · “A vida é curta” (tem a ver com a dependência de sentir prazer em tudo);
- · “Se não for incrível, é horrível” (tem a ver com o medo de falhar, medo do julgamento das pessoas);
- · “Intolerância à incerteza” (tem a ver com o medo de assumir o risco de uma escolha);
- · “Estou sem energia” (tem a ver com a dependência da disposição e da motivação);
- · “Eu não consigo fazer isso” (tem a ver com a falta de confiança nas habilidades, medo de não ter capacidade).
Esses
pensamentos fazem com que o cérebro perceba a tarefa como mais desconfortável
do que é na realidade. Desta forma, para aliviar esse desconforto a pessoa foge
do momento que terá que lidar com a tarefa, usando das mais diversas desculpas.
Como mudar
este ciclo
O antídoto para
esses pensamentos, segundo Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica
para o cérebro, são 3: autoconhecimento, planejamento e autocontrole.
“Autoconhecimento
para entender quais são seus pontos fortes e fracos, principalmente os fracos,
porque se eu sei que não resisto à uma notificação das redes sociais posso
tirar o celular de perto quando precisar me concentrar. Planejamento para ter
clareza dos motivos que você faz as tarefas que precisa fazer e de cada etapa.
Autocontrole para se manter no planejamento mesmo nos dias em que faltar
motivação e vontade, implantando a regra do “primeiro o necessário e depois a
pausa”, concluiu.