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Como a inovação emocional pode ajudar a superar comportamentos infantis que impedem a evolução da carreira e da vida

O ambiente corporativo pode ser desafiador, principalmente quando avaliamos as questões de convivência e relacionamento com os colegas de trabalho. A maneira como as pessoas se comportam, apresentando muitas vezes algumas reações emocionais negativas e infantis, é mais comum do que se imagina, o que torna o dia a dia ainda mais complexo e sobrecarregado. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Career Build com cinco mil profissionais, três em cada quatro pessoas relataram já ter presenciado tais atitudes.

Da redação

JORNAL DO GUMA

Da Assessoria/Divulgação

Maior especialista em autoconhecimento e comportamento humano do país, Heloísa Capelas fala sobre os benefícios da jornada contínua de quebra de paradigmas e compreensão de sentimentos e situações vivenciadas na primeira etapa da vida

No decorrer do estudo, alguns números chamaram a atenção. Segundo o levantamento, 55% dos entrevistados presenciaram lamentos e reclamações; 46% já notaram outros colaboradores fazendo caras e bocas quando algo não sai a contento; bisbilhotar o trabalho alheio marcaram 44% dos participantes; espalhar rumores sobre os colegas registrou 30% das respostas e as birras apareceram em 27% dos relatos.




De acordo com Heloísa Capelas (foto acima), escritora, palestrante e uma das maiores especialistas do país em autoconhecimento e comportamento humano, tais reações estão diretamente ligadas à criança interior que cada pessoa carrega e todas as crenças que foram absorvidas na infância, assim como as situações que foram vivenciadas neste período. Para que esses comportamentos, que atrapalham a evolução da carreira e da vida sejam superados, a especialista propõe uma jornada profunda de autoconhecimento.

“Podemos definir como ‘criança interior’ a nossa parte que está diretamente ligada à inteligência emocional. Sempre que reagirmos de modo automático e infantil teremos a presença dessa criança emocional, como reflexo da nossa imaturidade. Tudo isso, claro, é inconsciente mesmo, porque está muito enraizado em nós, até que possamos notar a existência desses comportamentos e realizarmos um trabalho de crescimento emocional. É a partir da autoconsciência e do autoconhecimento que essa criança interior irá reconhecer esses gatilhos de comportamentos para amadurecer até a idade adulta atual, saindo da reação e indo para a ‘ação’, que é a escolha de suas respostas emocionais”, explica Heloísa.

Considerada por muitos como a lembrança, imagem e memória da infância, o caminho proposto por Bob Hoffman para resgatar a criança interior começa por essa perspectiva, mas vai mais além, dizendo que a jornada do autoconhecimento e a conquista do amor-próprio farão com que essa criança cresça em amor, alegria, cuidado, e sempre que tivermos comportamentos infantis, significa que essa criança regrediu, porém, pode voltar a crescer e se tornar um adulto maduro, emocional, à medida que trabalharmos isso. Portanto, cabe a nós avaliarmos se nossos comportamentos são condizentes com uma inteligência adulta e se realmente, estamos nos portando de forma madura ou não.

“Muitas vezes vamos para a vida adulta oprimindo a nossa inteligência emocional, nossa criança interior, pelo simples fato de desejarmos ardentemente crescer para termos o controle da nossa vida. Portanto, oprimimos, negamos e renegamos a nossa criança interior para não vivermos mais a nossa infância. Queremos ter o controle da nossa vida e, por isso, passamos a ser só intelecto e continuamos insistindo em não sentir. Porque sentir, é sentir a vulnerabilidade e, basicamente, a impotência de não poder decidir a própria vida”, complementa Heloísa Capelas.

O grande problema dessa iniciativa e sede pelo crescimento é que estes comportamentos ficam salvos no subconsciente e, vez ou outra, acabam vindo à tona. Algo que muitas vezes não pode ser evitado no ambiente de trabalho, o que acaba prejudicando a imagem e desenvolvimento do profissional. “Com essa criança oprimida, vivemos uma vida partida, dividida, uma vida de pouco amor, de fuga dessa impotência e vulnerabilidade. E quando nós vivemos em fuga, não estamos abertos para aquilo que a vida nos oferece, pois ela fica muito pesada. Temos que fazer muita força para fugirmos todos os dias daquilo que não queremos, perdemos tempo e não abrimos espaço para aquilo que desejamos”, explica a especialista.

Qual é a minha criança e como posso resgatá-la?

Como nossa criança interior está relacionada à nossa área emocional, podemos sempre identificá-la quando temos reações emocionais infantis, sejam negativas ou positivas. Isso não significa que vamos nos comportar igualzinho a crianças, significa que vamos acessar aprendizados emocionais que internalizamos na infância e que estão tão intrínsecos em nós que se tornam extremamente automáticos. Por exemplo, uma criança negativa pode ser birrenta, chorona, revoltada, muito quieta, medrosa, instável, insegura, não confiante, inconstante, sempre colocando as suas necessidades na mão do outro, esperando que alguém cuide dela. Já a criança positiva é amorosa, gentil, criativa, alegre, proativa, interessada, participativa, generosa, carinhosa. Toda vez que você encontrar essas características, tanto negativas, quanto positivas, você está acessando a sua criança interior ou identificando comportamentos bem parecidos nos colegas de trabalho, entretanto, em um outro cenário e aspecto, ainda que os sentimentos sejam semelhantes.

“Nós podemos resgatar essa criança, acolhê-la, compreendê-la. Isso a tornará forte e permitirá comportamentos emocionais adultos de compreensão, abertura, entrega, confiança, segurança, leveza, motivação e esperança, portanto, carreira e vida têm consequências positivas diante desse crescimento. Isso é autoconhecimento e inovação emocional, um processo que não tem fim. Todos os dias podemos resgatar um pedacinho de nós e isso fará com que nossa vida seja mais leve, mais agradável, mais aberta e consciente. É um novo sentimento, uma decisão que passa a fazer a vida valer a pena em cada momento”, conclui Heloísa.

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