OUÇA A RÁDIO GUMA CLIQUE ACIMA

Aniversário do "Vigilante Rodoviário" é comemorado em Bauru

  • A pequena Sophia, sua mãe Karla, Inspetor Carlos (Vigilante Rodoviário), Geison e Nelson (Presidente da AAVANT Associação Avaré de Antigomobilismo), entregando um mimo para o aniversariante, que marca sua passagem por Avaré. Foto Divulgação feita em Bauru nas comemorações de aniversário do Inspetor Carlos
O Vigilante Rodoviário completou 90 anos de idade e a comemoração aconteceu junto com a de 60 anos do lançamento do seriado no cinema, na cidade de Bauru.
O Clube de Carros Antigos do Centro Oeste Paulista, levou colecionadores de veículos e lojistas do mercado de peças no 26º Encontro de Veículos Antigos de Bauru, que marcou o centro das comemorações.

TV AVARÉ
Da Redação Jornal do Guma
Fotos divulgação

Um evento marcante que contou também com a presença do Presidente da AAVANT, Associação Avaré de Antigomobilismo, que viajou com a KOMBI, de propriedade da Associação.
O associado Dulcidio Pedry, Assessor da Diretoria da AAVANT, também fez questão de enviar um de seus veículos de coleção (UNO CS 1.5) para participar do Encontro de Carros e da homenagem ao Inspetor Carlos, que recebeu uma quadro (gentileza também de Dulcidio) pelas mãos do Presidente Nelson Rodrigues (foto acima).
Inspetor Carlos em conversa com o Presidente da AAVANT Nelson

Inspetor Carlos em conversa com Geison (de Avaré) e com o Presidente da AAVANT Nelson
  • MAIS INFORMAÇÕES

AUTO FALANTE ESPECIAL  CARLOS MIRANDA, 90 ANOS.

Interpretou O VIGILANTE RODOVIÁRIO, que foi o primeiro seriado do Brasil, feito nos anos 60. Depois do fim do seriado, tornou-se um patrulheiro de verdade, ingressando na Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo, onde começou como segundo-tenente e seguiu carreira até 1988, quando foi reformado na condição de tenente-coronel. Atualmente mora no interior de São Paulo, em Águas da Prata, município fronteiriço com a mineira Poços de Caldas. O fiel companheiro de luta do Vigilante Carlos, o Pastor Alemão, “Lobo” faleceu em 1971 e conforme informações, Carlos deu seguimento a prole de Lobo, tendo cães de sua descendência.




Inspetor Carlos, O Vigilante Rodoviário, com Dulcidio Pedry Assessor da Aavant, numa das visitas que fez a Avaré. Foto Rede Guma

O seriado era transmitido pela extinta TV Tupi. Com três temporadas e 38 episódios, o programa ficou no ar de 1962 a 1967. Chegou a ser exibido em alguns países da América Latina e também da Europa. No seriado, o inspetor Carlos, papel do ator Carlos Miranda, acompanhado de seu fiel companheiro, um cão pastor-alemão chamado Lobo, combatiam o crime. O Vigilante Rodoviário deixou sua marca ao dirigir um veículo Simca Chambord, 1959, e também uma Harley Davidson, do ano de 1952. O automóvel, por exemplo, foi espécie de presente dado pela montadora, que mantinha fábrica em São Bernardo, ao programa. As cenas eram gravadas em sua maioria na Rodovia Anchieta e também nos estúdios da Vera Cruz, em São Bernardo, onde eram produzidas as tomadas internas.
O seriado também ficou famoso por lançar atores e atrizes que até hoje podem ser vistos na televisão. Entre eles estão Ary Fontoura, Rosamaria Murtinho, Milton Gonçalves e até mesmo o humorista Ary Toledo.

TV AVARÉ 
  • Vigilante Rodoviário 
Ary Fernandes era fã de revistas em quadrinhos e seriados americanos e tinha o desejo de realizar uma série com um personagem brasileiro. A fonte de inspiração de Fernandes foi o trabalho realizado pela Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo, criada em 1948 pelo governador Adhemar de Barros para dar emprego aos pracinhas que lutaram na Segunda Guerra Mundial.
Inicialmente o título da série seria O Patrulheiro Rodoviário, mas após o contrato de patrocínio pela Nestlé, a Toddy comprou um seriado de western norte-americano e o batizou de Patrulheiros do Oeste, o que resultou na mudança do título para O Vigilante Rodoviário.

   FOTO: ARQUIVO "Carro do Vigilante Rodoviário quando esteve em Avaré"

O sucesso da série foi estrondoso. Logo, o Brasil foi tomado pela marca do Vigilante Rodoviário e a Nestlé aproveitou para lançar bonequinhos e miniaturas do Simca Chambord, além de histórias em quadrinhos do herói. 
A série era exibida na quarta-feira em São Paulo e na quinta-feira no Rio de Janeiro às 20 horas, após o telejornal Repórter Esso. Devido às dificuldades tecnológicas da época, era necessário levar a cópia do filme para cada emissora para que fosse transmitido.
Após sair do ar em 1962, O Vigilante Rodoviário foi reprisado pela Tupi em 1967 e pela Rede Globo em 1972, e anos depois pela TV Excelsior, Cultura e Record.
Muitas foram as dificuldades enfrentadas na produção da série, a equipe não tinha dinheiro para comprar os negativos de uma só vez, pois recebiam após a exibição de cada episódio e, assim, iam comprando na Kodak aos poucos. As filmagens eram feitas em filmes de celulose de 35 mm, copiadas, montadas, dubladas e reproduzidas em 16 mm para serem transmitidas pela televisão. 
Assim que teve a ideia para a série, Ary Fernandes pediu ajuda ao amigo Alfredo Palácios, dono de um estúdio de gravação. Palácios gostou do projeto e logo cedeu seu estúdio e contribuiu com com quatro latas de mil pés de negativo 35mm. Ambos separam umas economias e compraram uma câmera Arriflex 35mm da extinta Companhia Maristela. Com o apoio da Força Pública da Polícia Rodoviária eles começaram a produção.
As coisas pioraram, três dias após a assinatura do contrato com a Nestlé, que patrocinava a série, pois Jânio Quadros assumiu a Presidência da República e taxou todos os produtos importados em 400%. Com isso a verba da Nestlé já não era suficiente, uma vez que a maioria dos materiais eram importados, inclusive o filme, já existia inflação e o valor do contrato era fixo. Mesmo assim o projeto seguiu.
O seriado terminou por falta de dinheiro quando mudou a diretoria da Nestlé, que não quis arcar com os custos para dar continuidade à série, que custava dez vezes mais que as produções estrangeiras. 
Com as dificuldades financeiras, a equipe vivia de permutas, como no caso do veículo usado na série. Ary Fernandes escolheu o Simca Chambord para ser o veículo do herói, após o episódio “Ladrões de Automóveis”, onde o carro foi alugado pela produção e todos acabaram gostando dele. Solicitaram algumas unidades à fábrica que não pensou duas vezes em aproveitar o marketing pois as vendas do automóvel estavam em baixa naquele momento.

Postagem Anterior Próxima Postagem