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Fundadora da Theranos: Elizabeth Holmes começa a cumprir pena

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A fundadora da startup de saúde Theranos, Elizabeth Holmes, se entregou na terça-feira (30) às autoridades dos EUA para cumprir pena de 11 anos de prisão, após condenação por uma das maiores fraudes da história. Holmes, de 39 anos, foi considerada culpada em janeiro do ano passado em quatro das 11 acusações de fraude e conspiração relacionadas empresa que fundou.

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Sua startup, a Theranos, que chegou a ser avaliada em US$ 9 bi, começou a colapsar em 2015 depois de uma investigação do The Wall Street Journal revelar que sua principal tecnologia de exames de sangue não funcionava. A descoberta levou a uma série de revelações que desencadearam investigações regulatórias e uma ação movida pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.

Holmes chegou a ser considerada a bilionária mais jovem da América, com um patrimônio líquido de US$ 4,5 bilhões. Agora, deve adotar um padrão de vida bastante limitado. A empreendedora, celebrada pelo Vale do Silício e que chegou a ser comparada com Steve Jobs, agora vai cumprir pena em um presídio federal para mulheres em Bryan, no Texas.

Especula-se que a empresária pode ficar em uma cela provavelmente do tamanho de um dos banheiros de sua casa, que custava US$ 13.000 por mês. Holmes deve ter de dividir o espaço com até três outras pessoas.

A rotina na prisão envolve acordar diariamente às 6h da manhã, arrumar a própria cama, limpar o chão e tirar o lixo. A caminhada ao ar livre também tem horário controlado.

O acesso à tecnologia também é restrito. Segundo o Insider, na Bryan, ela pode ter um MP3, um rádio ou um relógio, mas não todos ao mesmo tempo. As pessoas reclusas têm acesso a aulas de negócios e são obrigadas a manter um emprego por pelo menos 90 dias, com um salário de pelo menos US$ 0,12 por hora. Um advogado de Holmes não respondeu aos pedidos de comentários do Insider.
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As acusações contra Elizabeth Holmes eram pesadas: segundo os promotores, era teria enganado de maneira intencional pacientes e investidores, mentindo sobre a eficiência dos exames de sangue criados por sua startup, a Theranos Inc. Os testes prometiam revolucionar a medicina, usando apenas algumas gotas de sangue de um dedo para diagnosticar uma série de doenças.

Em vez disso, segundo seus acusadores, a tecnologia proprietária da empresa era falha, e não conseguia os resultados prometidos. Para esconder o fracasso, a Theranos teria usado ferramentas convencionais em diversas ocasiões. Em outras, teria simplesmente entregue resultados errados aos pacientes.

No início do ano passado, em um tribunal federal de San Jose, nos Estados Unidos, o júri deu o veredito: Elizabeth Holmes foi condenada em quatro das 11 acusações que pendiam contra ela, referentes a fraudes, ou conspiração para cometer fraudes. Em novembro do mesmo ano, um juiz proferiu a sentença, seguindo o entendimento do juro. A ex-bilionária, no entanto, conseguiu escapar da prisão durante um ano com medidas para aditar o início da pena.

A penalidade para Holmes é vista como um teste sobre a seriedade com a qual o sistema de justiça dos Estados Unidos trata a fraude corporativa no setor de tecnologia. Durante seu apogeu, Holmes foi descrita como a "nova Steve Jobs".


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